Em declaração recente, o
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu que
todos os países protegessem mulheres e crianças, as principais vítimas de
violência doméstica. Nesse alerta, Guterres mostra evidências de que o confinamento
das pessoas em suas casas, nesse período de isolamento social devido à
pandemia, levou a um surto de violência doméstica.
A proteção das pessoas mais
vulneráveis nesse momento é um dever que vai além da saúde pública, mas que
passa necessariamente por ela. O que se pode fazer, da perspectiva da saúde
mental?
É sabido que um dos fatores
mais correlacionados com violência doméstica no Brasil é o uso de álcool. O
fato de as pessoas ficarem em casa pode favorecer o uso abusivo de álcool e
facilitar os atos violentos. Pedimos a todos que durante os tempos de pandemia
reduzam ao máximo o uso de álcool e, se possível, evitem usá-lo.
Se a decisão
pessoal for pelo uso da substância, é importante que não seja feito em horários
em que normalmente a pessoa não bebia. Também uma estratégia importante é não
fazer estoque de bebidas em casa, pois isso facilita o uso abusivo. O esforço
de todos e cada um fará com que passemos da maneira mais segura possível esses
tempos possíveis.
Fotos: Google Imagens.
Guilherme Messas, psiquiatra,
é docente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP)
e coordenador do Comitê para Regulação do Álcool (CRA).
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por Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
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