Em 1820, oficialmente, começa a história de
Guaçuí, porém há registros anteriores segundo diversos pesquisadores. No
entanto, livros e revistas trazem que Manoel José Esteves de Lima explora a
região à procura de riqueza (metais preciosos). Vindo de Mariana, Minas Gerais,
chefiava uma “ bandeira” composta de 72
pessoas que seguia o curso do rio Itapemirim.
Eles chegam aos domínios do Barão
do Itapemirim. Depois retornam para Alegre e Guaçuí. Dentre os membros da expedição,
Justino Maria das Dores foi incumbido de aqui se estabelecer. Esteves de Lima,
como não acha as pedras preciosas, fixa na região vários quartéis.
Uma
disputa de Minas e Espírito Santo
A colonização começa a 29 de setembro de 1838,
dia de São Miguel Arcanjo, quando Justino Maria das Dores e mais dez
Bandeirantes estabelecem-se na circunvizinhança. Deram o início à organização e
cultivo de terras, promovendo o desenvolvimento agrícola e econômico da região.
Com eles estavam membros de muitas famílias importantes: Viana, Barbosa, Gomes
de Azevedo, Carvalho, Ataíde, Aguiar Valim e Lobato.
Entre os desbravadores que se estabeleceram ao
longo da bacia do rio, destacaram-se Luiz Francisco de Carvalho e José Luciano
Lobato de Souza. Tornou-se lendária a disputa entre os dois. José Luciano pretendia incorporar as terras deste
povoado a Minas Gerais, enquanto Luiz Francisco de Carvalho defendia sua
integração ao Espírito Santo. Com a vitória de Luiz Francisco, após decisões
judiciais, José Luciano retornou a Minas Gerais, onde se fixou definitivamente,
conforme promessa e aposta que havia feito. Eram homens de palavra!
O
primeiro nome oficial – São Bom Jesus do Livramento
A primeira formação administrativa de Guaçuí
teve início com a Resolução nº 122, de 25 de novembro de 1861, que cria a
Subdelegacia de Polícia de Veado, na Paróquia de Alegre, município de
Itapemirim, com limites pelo rio Itabapoana, a partir da barra de Castelo, e
pelo Rio Preto, até a Serra do Caparaó. Era a divisão da época.
O primeiro nome oficial do município foi São Bom
Jesus do Livramento, mas em 1866, decorrente da Lei Provincial nº 9, passou a
denominar-se São Miguel do Veado em homenagem ao Santo do dia em que se dera a
entrada dos pioneiros (29 de setembro), acrescentando ao nome a expressão “do
veado” , tirado do rio que banha essa região. No entanto, há registros em
documentos nomes anteriores: Bom Jesus do Rio Preto e Bom Jesus do Veado.
A
emancipação política
Em 25 de dezembro de 1928, na transição do
governo Nestor Gomes e Aristeu Aguiar, foi elevado à categoria de vila pela Lei
Estadual nº 1688. E em 10 de janeiro de 1929, foi instalado o município, que com
território desmembrado do município de Alegre ficou integrado pelos distritos
de Veado (sede), São Tiago e Rio Preto (Dores), adquirindo foros de cidade pela
lei estadual nº 1722, de 30 de dezembro de 1929.
Em janeiro de 1930, passou a denominar-se
Siqueira Campos em homenagem aos bravos do Forte de Copacabana; e por Lei
Estadual nº 1573, de 08 de agosto de 1931 foi criada a Comarca com um único
termo, o próprio município, sendo a sua instalação no dia 03 de outubro do
mesmo ano.
O primeiro prefeito eleito foi Manoel Monteiro
Torres, pai do ator Fernando Torres, que ficou de outubro de 1929 a outubro de
1930, sendo cassado neste ano.
Carlos Ola, professor, ator, redator e diretor teatral.