quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Suplementos de colágeno



Vamos falar de um assunto que gera muitas discussões na medicina esportiva e, se seu médico do esporte for mais tradicional, provavelmente não estará familiarizado com o assunto ou não acreditará nessa discussão. Sabemos que colágenos em termos de pele, já estão consagrados, no sentido de que perdemos colágeno à medida que envelhecemos e utilizamos na estética para prevenir que a pele fique flácida ou enrugada. Mas, hoje também sabemos que o colágeno é muito mais do que estética. Essa é a proteína mais abundante no corpo e não temos apenas na pele, mas também no sangue, nos ossos, nos músculos, na cartilagem e nos ligamentos.

O colágeno atua como um alicerce estrutural para a maioria dos tecidos moles de nosso corpo, e quando o colágeno quebra ou está com “defeito”, essa sustentação é enfraquecida e as estruturas descritas acima enfraquecem, ficando mais fragilizadas (ou flácidas) na maioria das pessoas. Portanto, o colágeno pode ser útil tanto para proteger seus tecidos moles e articulações durante o exercício quanto para melhorar sua recuperação. Isso é especialmente importante para os corredores em termos de flexibilidade, mobilidade e amortecimento, pois o atleta precisa mover suas articulações na mesma amplitude de movimento do começo ao fim do treino ou prova. Se não consegue, pode ficar suscetível a uma redução no desempenho, sentir dor e até se lesionar.

A boa notícia é que é possível obter colágeno suficiente através da dieta, obviamente se forem refeições saudáveis e balanceadas. Isso porque nosso corpo produz colágeno à partir das proteínas que ingerimos. E isso cada um tem individualizado com seu médico do esporte, nutrólogo ou nutricionista esportivo. O corpo também pode sintetizar colágeno, mas requer aminoácidos para isso acontecer. Os aminoácidos são os blocos de construção do colágeno no corpo, e quatro deles (glicina, prolina, hidroxiprolina e arginina) estão diretamente envolvidos na produção de colágeno. Alimentos ricos em proteínas, como carne, frango, peixe e feijão, fornecem aminoácidos. A vitamina C, que é encontrada em frutas cítricas, bem como zinco e cobre, também são necessárias para o organismo sintetizar o colágeno.


Não há como negar que o impacto da corrida sobrecarrega o corpo, por isso alguns corredores estão se voltando para pós treino com suplementação de colágeno para um aumento de desempenho e regeneração tecidual. Na teoria por trás de tomar suplementos de colágeno, no caso de corredores, há o benefício de reparação e recuperação muscular após o exercício, assim como a ingestão de outras proteínas podem ajudar na recuperação pós-treino.

Mas o que a ciência diz? A suplementação de peptídeo de colágeno mais o treinamento de resistência mostraram aumentar a massa muscular e força muscular em homens, de acordo com um estudo publicado no British Journal of Nutrition. Estudos em animais associaram a suplementação com colágeno hidrolisado ao aumento da massa óssea, o que poderia ajudar na redução de lesões e melhorar a recuperação, mas mais pesquisas precisam ser feitas em seres humanos. Por causa dos benefícios que oferecem às articulações, a suplementação de colágeno também pode reduzir a dor, de acordo com pesquisa publicada na revista Current Medical Research and Opinion.

Ainda assim, não são estudos de longo prazo e em larga escala e não há evidências sólidas de que a suplementação de colágeno diminui a lesão nas articulações ou aumente a recuperação dos corredores, o que eu vejo na pratica clínica é que alguns atletas respondem muito bem á suplementação e outros são indiferentes. O que eu argumento: temos uma opção para que decidimos juntos, individualmente a cada consulta a depender de cada questão ou queixa que o atleta traz.
Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br


Enviado por Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Rua Dr. Cesário Motta Jr., 61 - Vila Buarque - São Paulo (SP)



domingo, 16 de fevereiro de 2020

Letras, homenagens e Teatro em março



Novas eleições para Academia de Letras de Guaçuí

Nesta semana os integrantes da Academia Guaçuiense de Letras e Cultura de Guaçuí se reuniram na sede da OAB para deliberarem sobre o futuro da instituição e traçar os planos para 2020, sendo uma delas a renovação de sua diretoria.

Na oportunidade o presidente da AGLC, Dr. Luiz Ferraz Moulin, falou das conquistas da entidade nos últimos anos, da necessidade de impulsionar novos projetos, inclusive de lançamento de livros e ainda que seja preciso fazer os trâmites legais de eleição de uma nova diretoria, saindo dali uma chapa de consenso.

A reunião, presidida por Luiz Moulin, contou com a presença dos acadêmicos: Ivanete Dalmácio, Eliane Correia, Márcia Sardenberg, Roosevelt Silveira, Carlos Ola, Miguel de Paula, e Lourdinha Shuartz. A aclamação da chapa será em março.

Espetáculos capixabas em Curitiba



No dia 25 de março começa um dos maiores festivais de teatro do Brasil, o Festival de Curitiba, que conta com importantes mostras, como a Oficial e o Fringe, entre outras. E este ano não vai ser diferente, pois vai contar com diversos espetáculos capixabas dentro da Mostra de Cachoeiro e a Mostra de Guaçuí.

De Guaçuí irão dois trabalhos: a comédia “Que história é essa?”, de rua, que satiriza a falta de reconhecimento à cultura em muitos lugares, e o drama “A cor desta noite”, um grande sucesso do Grupo Gota, Pó e Poeira que está de volta, e será apresentado no Auditório da Uninter.


Além das duas peças guaçuienses, o Grupo Gota ainda vai estar com outro trabalho, em parceria com o Grupo Anôminos, do ator Luiz Carlos Cardoso. A Culpa tem texto de Franz Kafka, como direção de Carlos Ola e operação de som de Neuza de Souza, e vai estar no TUC.

Dia da Mulher em Guaçuí



Para as comemorações do Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes está planejando um evento que envolve música, fotografia e poesia, além de homenagens a cidadãs guaçuienses, seu principal objetivo.

A princípio, o Secretário Municipal de Cultura pretende realizar o evento no antigo Colégio São Geraldo, num espaço destinado a exposições. Caso não seja possível, deve ser transferido para galeria Zélia Viana de Aguiar, dentro do Teatro Fernando Torres.

Carlos Ola, professor, ator, redator e diretor teatral.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Diferenças de lesões entre homens e mulheres


A maioria dos artigos mostra que a divisão entre masculino e feminino em lesões de corrida é toda baseada sobre o "ângulo Q". Esse é o ângulo que a metade superior da perna faz com a vertical um ângulo no quadril. As mulheres tendem a ter um "ângulo Q" maior do que os homens graças a seus quadris serem mais largos e, em teoria, isso causa maior estresse no joelho e na perna, levando a lesões diferentes.

Há algumas evidências que apoiam essa ideia. Por exemplo, um estudo realizado em 2012 por Jack Taunton e seus colegas no Centro de Medicina Esportiva, da Universidade da Colúmbia Britânica, analisou mais de 2.000 lesões de 30 anos de registros. Eles descobriram que os homens tendem a ter mais lesões no tendão e na cartilagem do joelho, enquanto as mulheres tendem a ter mais instabilidade da pelve, fraturas por estresse e síndrome da dor patelofemoral (ou seja, joelho do corredor). A incidência de fraturas por estresse é um lembrete de que existem outros fatores, como densidade óssea, que podem diferir entre homens e mulheres, além da tríade da mulher atleta hoje conhecidas como déficit energético.


Há outra maneira de olhar para as diferenças entre homens e mulheres em lesões de corrida, onde um grupo de corredores que já estão machucados, comparados com um grupo de controle de corredores ilesos e ver se você detecta algum padrão dentro do gênero em sua biomecânica durante uma avaliação de marcha em 3D. Por exemplo, um estudo publicado no início deste ano no Jornal Escandinavo de Medicina e Ciência no Esporte comparou 48 corredores com síndrome da banda iliotibial a 48 controles saudáveis.



Comparando-se dentro de cada gênero, nesse trabalho, as corredoras lesionadas exibiam maior rotação do quadril do que corredoras saudáveis. O mesmo padrão não apareceu nos homens; em vez disso, os corredores masculinos lesionados tiveram maior rotação de tornozelo do que os homens saudáveis. Então, enquanto o resultado final é o mesmo, “as mulheres desenvolvem essa lesão de uma perspectiva de quadril enquanto os homens a desenvolvem de uma perspectiva de pé e tornozelo”.

Uma história semelhante surgiu quando Ferber e colegas em várias outras universidades analisaram a dor femoropatelar (isto é, o joelho). Em um estudo publicado no Physical Therapy in Sport, eles descobriram que as mulheres lesionadas tinham quadris mais fracos do que as mulheres saudáveis, mas os homens com lesão não se comparavam a homens saudáveis. Em vez disso, os homens lesionados tendem a ter joelhos mais fracos. O que isto significa é que, se um corredor é lesionado, eles devem estar recebendo uma análise específica do gênero para determinar a causa raiz de sua lesão. A noção tradicional de uma abordagem 'tamanho único' para avaliação de danos e protocolos de reabilitação não pode mais ser seguida.

Achei isso bastante interessante, porque parece que passamos por ciclos em que a mensagem predominante é que quadris fracos, tornozelos fracos, núcleo fraco, pés fracos, etc. causam todos os ferimentos. É óbvio que a resposta nunca será tão simples quanto uma fraqueza que causa todos os ferimentos, mas o desafio é descobrir qual fraqueza potencial se aplica a quais corredores - porque ninguém tem tempo para fortalecer todas as áreas frágeis possíveis. O padrão desses dois estudos sugere que os quadris podem ser mais importantes para as mulheres, contra as pernas para os homens. Muito preliminar, claro, mas interessante considerar. Então, meninas, o segredo talvez seja fortalecer nosso ponto fraco.

Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esportewww.anapaulasimoes.com.br
Fotos: Google Imagens

Enviado por Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Atrações culturais começam a ser definidas para o ano


Depois do sucesso do Natal de Luz em dezembro que aqueceu todo o comércio de Guaçuí e atraiu centenas de turistas, veio um janeiro corrido, de muitas chuvas e inundações em toda região do entorno do Caparaó. Acalmadas as águas, é preciso refazer o caminho, traçar metas, recuperar espaços e tentar reaquecer a economia.



O carnaval em muitas cidades está cancelado. Os municípios querem priorizar a recuperação das regiões danificadas pela força das águas, e assim a folia de rua cederá espaço à solidariedade e ao restabelecimento do comércio e dos serviços. No entanto, há os espaços privados que pretendem fazer suas festas e não deixar órfã a galera que curte o agito do rei Momo.

As próximas atrações em Guaçuí



Enfim, fevereiro chegou e se começam os planos para o calendário cultural de 2020. Vai ser um ano de eleições municipais, com muita atividade para acontecer até junho. E nesse breve espaço de tempo já está agendado o 4º Festival de Inverno com suas atrações nacionais e o 21º Festival Nacional de Teatro que neste ano será antecipado e possibilita as comemorações de 20 anos do Teatro Fernando Torres.

A organização do Festival de Inverno de Guaçuí confirmou as duas principais atrações para a edição 2020, que acontecerá entre os dias 11 e 14 de junho, no feriado de Corpus Christi. Pensando nos apaixonados, o GFC Eventos levará ao Caparaó, entre outras opções, a banda Os Paralamas do Sucesso no dia 12, dia dos namorados. No dia 13, com show inédito no Sul do Espírito Santo, Alexandre Pires vai relembrar seus sucessos no “Baile do Nêgo Veio”.  

Festival Nacional de Teatro em junho



Já no período de 21 a 27 de junho o Grupo Teatral “Gota, Pó e Poeira”, com parceria da Prefeitura Municipal e Governo do Estado do Espírito Santo, realiza o 21º Festival Nacional de Teatro com a participação de pelo menos 15 espetáculos, logicamente contemplando peças do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Goiás, entre outros. O evento antecipa as comemorações de 20 anos do Teatro Fernando Torres.

Diguinho Coruja em Guaçuí



E por falar no Teatro Municipal de Guaçuí, sua abertura de temporada deve acontecer no final de fevereiro, pós-carnaval, com apresentações de uma comédia e de uma peça infantil; e para o mês de abril já tem confirmado o show stand up do comediante Diguinho Coruja, grande sucesso nas rádios Band e Tropical, e também no programa de televisão The Noite, de Danilo Gentili. 

Carlos Ola, professor, ator, redator e diretor teatral.